Dieta Plant-Based tem provocado mudanças nos Serviços de Alimentação

A dieta Plant-Based tem provocado mudanças nos Serviços de Alimentação

A dieta Plant-Based, ou à base de plantas é um conceito alimentar que valoriza o consumo de alimentos de origem vegetal, que não sejam refinados ou ultra processados. Além de importantes questões ambientais, que ganham cada vez mais espaço global, a mudança para uma alimentação mais natural, focada neste novo conceito deve impulsionar o setor alimentício, principalmente pelos mais jovens, que prezam por um estilo de vida saudável.

A mudança de hábitos alimentares tem sido um dos principais objetivos dos brasileiros. Na América Latina, o Brasil lidera a lista de preferência pelos alimentos vegetais, ocupando a 4ª posição mundial no consumo de alimentos mais saudáveis, movimentando cerca de US$ 35 bilhões por ano. Somente nos últimos cinco anos, o setor de alimentos e bebidas saudáveis cresceu, em média, de 12,3% ao ano, e a previsão é que o segmento cresça ainda mais e atinja 50%, movimentando R$ 110 milhões.

Os números mostram que existe uma demanda crescente por produtos e serviços focados em alimentos vegetarianos e veganos. Dentro deste segmento existem setores que vêm se destacando, oferecendo produtos totalmente produzidos com matéria-prima de origem vegetal. São cerca de 29,2 milhões de pessoas que diminuíram o consumo de produtos de origem animal como carnes e laticínios.

Muitos produtores na verdade têm buscado uma composição desses novos produtos com as mesmas características organolépticas dos produtos animais. E para quem gosta de carne, ou ainda não mudou completamente a alimentação para evitar o consumo de animais, é uma vantagem e vem ganhando adeptos.

O movimento de comida vegetariana e vegana, provoca mudanças importantes nos serviços de alimentação através do fornecimento de preparações em seu cardápio, e cada vez mais a indústria alimentícia investe em produtos à base de proteína vegetal com sabor e aparência de proteína animal para atender toda essa demanda.

Além disso, vale a pena conhecer o Projeto Segunda sem Carne. Uma campanha mundial conhecida como o dia para mudanças, propõe conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso de produtos de origem animal traz para a saúde, planeta e sociedade.

Dieta Plant-Based x Pandemia

A pandemia de proporções globais provocada pela Covid-19 ainda não foi superada, mas já é possível observar mudanças consideráveis no comportamento dos consumidores. As preocupações sobre o risco de transmissão do vírus aos animais e, consequentemente, aos humanos por meio de embutidos, carnes, leites e derivados fizeram disparar a procura por alimentos à base de vegetais.

Os números revelam um comportamento disruptivo e que indicam uma busca por fontes mais seguras de proteína. Por outro lado, fatores sociais e trabalhistas também contribuem com a transformação. O Brasil teve mais de 100 frigoríficos contaminados, apenas na região Sul. Nos Estados Unidos, por sua vez, o número de funcionários de frigoríficos infectados ultrapassou a marca de 135 mil pessoas. Frigoríficos na Alemanha e Reino Unido também apresentam condições precárias de trabalho, reforçando os problemas da indústria da carne e contribuindo para a mudança dos consumidores.

Alimentação Consciente x Horta Urbana

Além disso, um outro movimento que vem se desenvolvendo com mais força, são as Hortas Urbanas, ou seja, um tipo de horta cultivada em espaço coletivo ou doméstico. Trata-se de umas das atividades que englobam a agricultura urbana, que tem como principais objetivos facilitar a distribuição dos alimentos nas cidades, diminuir o consumo de agrotóxicos e contribuir com o meio ambiente.

As hortas urbanas desmistificam aquela ideia de que hortas só dão certo em propriedades rurais. Com isso, elas podem ocupar pequenos ou grandes espaços que otimizam espaço por não precisarem de uma grande área linear, e por isso se encaixa bem na expansão das grandes cidades e na busca por espaços verdes, abertos e mais saudáveis, em meio à selva de pedra. Além de gerar empregos, recuperar áreas degradadas, melhorar o clima, gerar economia na compra de vegetais e legumes agrega uma conscientização da comunidade sobre propriedades coletivas.

Norma ISO 23662 x Cadeia Produtiva

Finalmente, chega em nossas mãos a ISO 23662, que estabelece e define um padrão internacional com critérios para toda a cadeia produtiva de alimentos veganos e vegetarianos. A norma também estabelece critérios de rotulagem e de alegações que estarão presentes no rótulo. A norma divide as categorias da produção de alimentos vegetarianos e veganos para atender a todos os requisitos individualmente, sendo:

  • Para ovolactovegetarianos;
  • Para ovovegetarianos;
  • Para lactovegetarianos;
  • Para veganos.

Observando a classificação para produtos ovolactovegetarianos, entre seus requisitos, não são permitidos quaisquer alimentos ou ingredientes de origem animal (incluindo aditivos e coadjuvantes de tecnologia, aromas e/ou enzimas), com exceção de leite e derivados, ovos e derivados, mel e derivados e produtos derivados de lã, como a lanolina.

As categorias de produtos ovovegetarianos e lactovegetarianos, estabelecem, de forma semelhante aos ovolactovegetarianos, seus ingredientes, não permitindo quaisquer alimentos ou ingredientes de origem animal (incluindo aditivos e coadjuvantes de tecnologia, aromas e/ou enzimas), porém com exceção apenas para ovos e derivados, mel e derivados e produtos derivados de lã, como a lanolina (para os ovovegetarianos) e com exceção de leite e derivados, mel e derivados e produtos derivados de lã, como a lanolina (para os lactovegetarianos).

Já quando observamos a categoria de veganos, obviamente, por ser correspondente à esta cadeia produtiva, não é permitida a utilização de nenhum alimento ou ingrediente de origem animal (incluindo aditivos e coadjuvantes de tecnologia, aromas e/ou enzimas).

A estrutura dos requisitos estabelecidos é semelhante entre si, porém a classificação dos ingredientes é diferente e cada uma possui seus termos próprios que devem ser obedecidos. Além disso, possui alguns requisitos comuns a todas as categorias do documento como:

  • Toda a cadeia produtiva deve garantir, através das precauções apropriadas, com as Boas Práticas de Fabricação (BPF), que em nenhum momento do processo produtivo, haja a presença não intencional de substâncias não vegetarianas ou não veganas;
  • Quando a linha de produção for compartilhada com alguma outra que possua ingredientes não vegetarianos ou não veganos, é necessário assegurar uma limpeza completa ou medidas conforme as BPF antes que a produção de vegetarianos e veganos inicie. Vale ressaltar que isso se aplica a todo utensílio, maquinário, equipamento e superfície presente no processo;
  • Se a empresa deseja utilizar a alegação de afirmação do produto vegetariano ou vegano, ela deve assegurar que não são realizados testes de qualquer tipo, em animais, excetuando-se, apenas, produtos de ingrediente único ou individuais que necessitam testes em animais exigidos por autoridades públicas específicas.

A ISO 23662, além de indicar que as alegações do produto vegetariano ou vegano deve estar no mesmo campo de visão que o nome comercial do produto, afirma que a presença não intencional de substâncias não vegetarianas ou não veganas, ou ainda, a presença de alérgenos (com declaração) devido a contaminação cruzada, não deve ser empecilho ou obstáculo para rotular um produto como vegano ou vegetariano, desde que as precauções com relação às BPF sejam tomadas.

Ou seja, mesmo que haja risco de contaminação cruzadas com ingredientes e/ou aditivos e coadjuvantes de tecnologia não vegetarianas/veganas e a empresa deseje rotular como tal, ela poderá, sem empecilhos. Dessa maneira, persistirá a dúvida sobre a autenticidade da alegação, fato que certamente poderia levar o consumidor final a um possível equívoco ou erro em algumas ocasiões.

 

Entre em contato conosco e conte com a nossa Assessoria nos Serviços de Alimentação e na Indústria Alimentícia para Adequar e Desenvolver novos Produtos Plant-Based.

 

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